quinta-feira, junho 26, 2008

Nós, os Magalhães

Nós, os Magalhães

- ...mãe... tenho que falar uma coisa com você.
- Ih, lá vem... fala!
- Então, é sobre o pai.
- Seu pai?! [desespero level 10] O que tem seu pai?
- Um problema, dos grandes...
- ...!
- Então...
- Fala logo, caralho!
- Ele vai ficar muito puto comigo. Gastei quase R$ 4 mil no cartão de crédito dele.
- Ufa, que alívio! Pensei que fosse uma doença!
- Nah, quem dera! Ele vai me arrancar o couro, quando souber.
- Mas você vai pagar, não vai?
- Claro... [desespero level 110]
- Ah, então, tudo bem! Seu pai sabe que você é "bom pagador".
- Menos mal, né... imagine se ele souber que eu tive que falsificar a assinatura dele para um protocolo de uma compra, e...
- Falsificou a assinatura do seu pai?!
- ...é! Porque, como a compra foi de valor alto, e sou o terceiro titu...
- Você é maluco?! Como fez isso?!
- Ah, mãe! Menos, né? Eu faço isso desde a sexta série. Inclusive, eu sei fazer a sua assinatura, também.
- ...!
- Mas eu amo vocês dois, viu?

terça-feira, junho 24, 2008

Vai e vem

Vai e vem

Estava lendo os sites de notícias esses dias, e notei que é espantoso como os políticos paulistas se preocupam com nosso trânsito. É tanta solidariedade, tanto conhecimento de causa, que acredito que - em virtude disso -, as eleições aqui sejam deveras disputadas. A ex-prefeita Marta Suplicy, prometeu ampliar a malha de transporte público. Criar novas linhas de ônibus com base em estudos e pesquisas do segmento, destinar maiores verbas, melhoria das vias. Ok! Se ela conseguir, realmente, fazer tudo isso, creio que teremos mais uns 12 minhocões sobre a cidade, assim como o complexo Mário Frias, que é uma gelada, já que não mudou em nada o trânsito onde foi construído - só serviu de paisagem para a Rede Globo.

Paulo Maluf, "o engenheiro da capital", pretende cimentar os rios Pinheiros e Tietê. Não bem "cimentar", mas criar novas marginais sobre os leitos. Levando-se em conta de que foi ele mesmo que criou essas vias, parece saber o que está fazendo. Só me pergunto para o que iria servir novas marginais, sendo que o trânsito da cidade - ao contrário do que pensam os telejornais, por exemplo -, não é causado pelo excesso de veículos nas principais avenidas que cruzam a cidade, e sim, nas periferias e bairros encrustrados nos grandes centros comerciais. Se ele sacar um "aerotrem" na nova campanha, eu voto no Levy Fidelix.

Soninha, a ex-vj da MTV e vereadora de São Paulo, disse em entrevista recente à Folha de S. Paulo que tudo isso, na verdade, não resolve em nada o caótico trânsito da cidade. Para ela, o ideal seria uma mudança de pensar generalizado das pessoas e autoridades competentes, a criação de ciclovias que cortassem metrópole, a fim de evitar grandes impactos estruturais e ambientais, a um custo bem menor. E ela tem razão. Assim que os hippies dominarem as multinacionais, não ser mais obrigatório o traje social limpinho e seco, e Pequim se mudar para cá, teremos uma cidade de pessoas saudáveis, com cãibras nas pernas e totalmente suadas.

Quanto a Geraldo Alckmin, eu confesso não ter a mínima idéia do que ele planeja fazer. Até porque, convenhamos: ele é candidato desde anteontem. Mas levando em consideração de que 90% das suas ações são baseadas em feitos de um ex-governador, já falecido, acredito que ele pode propor novas linhas de Metrô. Novas linhas de Metrô. Novas linhas de Metrô. Novas linhas de Metrô (repita isso durante 15 anos, como ele faz).

Eu conheço bem o transporte público de São Paulo. Diariamente, sou obrigado a pegar, pelo menos, um ônibus, um metrô ou trem, e mais uma lotação. Isso, duas vezes ao dia. São quatro horas indo de lá para cá. Além do desconforto que é a superlotação desses veículos, a falta de manutenção e a "logística" aplica a eles, o trânsito em si é o que mais perturba. Porque não basta a cidade andar, ela tem que saber para onde vai. E São Paulo não tem mais para onde ir, ora bolas!

Fica a dica: reduzam a carga horária dos trabalhadores daqui. Fazendo isso, vocês evitam "horários de rush" tão agoniantes, criam novos postos de trabalho (porque as empresas terão de compensar o "tempo perdido") e, de lambuja, ficam taxados de "camaradas" da gente, bóias frias da terra da garoa. Poderíamos, até, ter dois empregos com mais facilidade, aumentando nossa renda e, conseqüentemente, gerando maior giro na economia - que se não me engano, acaba com a maldita inflação e afins.

Votaremos em vocês.

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quinta-feira, junho 19, 2008

The bug

The bug

Aproximadamente 6 anos atrás, eu juntei dinheiro do meu primeiro - ou segundo? -, emprego e comprei algo que sempre quis: um vídeo-game. Não que nunca tivesse tido um antes. O problema, é que sempre tive a vontade de comprar com meu próprio dinheiro. Juntei lá meus R$ 1.200, e levei um Playstation 2 para casa. Na época, foi natural o meu distanciamento do resto da sociedade. Durou uns 10 meses. Depois, começou a me enjoar aquele trambolho no meio do quarto, roubando minhas tardes de sábado no bar e minhas noites torrando dinheiro em cigarros e shows de rock. Deixei o console por uns 3 meses, parado, e vendi. Foi-se junto, uma camêra digital, a qual eu usava tão raramente quanto o Playstation. A grana das vendas, no caso, seria para pagar a gravação do que eu imaginava, naquela época, que seria um novo cd da banda. Mas só imaginei, mesmo. Transformei tudo em cerveja e festa.

Agora, eu tive uma atitude linda, magnífica, benevolente e interesseira: comprei uma Tv LCD 32" da Samsung. Uma beleza. Comprei para presentear a mamãe. Durante 1 ano, vou pagar a bagaça em leves parcelas de quase R$ 200. Mamãe ficará desesperada, no início - já que é uma surpresa, que deve chegar na sexta ou segunda-feira -, e depois ficará toda deslumbrada. Ela queria uma Tv dessas fazia um bom tempo.

Segundo análise quase que "pós-morten" que minha namorada fez de mim, eu só posso assumir: sim, eu tento persuadir as pessoas. Claro, não que ela tenha me dito isso, mas é algo que não passa da mais pura realidade. Na verdade, eu comprei essa televisão bacana, apenas para - em breve -, ligar meu Xbox 360 nela. Mais um vídeo-game, que ainda não comprei, mas pretendo. Ainda sob o crivo de Márcia: "o bichinho do consumismo me picou".

Tenho certeza de que mamãe vai adorar a Tv.
Papai vai odiar o limite compartilhado de seu cartão de crédito diminuindo gradativamente.
A namorada vai continuar percebendo, dia-a-dia, que faço isso com freqüência.
Mas... mamãe, papai e Márcia: amo vocês!
(adicionem aqui a risadinha malévola do Dick Vigarista).

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sexta-feira, junho 13, 2008

A falta que uma sola de Rider faz

A falta que uma sola de Rider faz

Mas que grande putaria a "fuga" dessas duas adolescentes paulistanas, que anda sendo noticiada por aí. Bonitinhas, cheias da grana, estudando em um colégio onde a mensalidade gira em torno de R$ 800, resolveram dar um basta na vida tediosa de quem pode tudo e experimentar a sensação de ter nascido cigano. Depois de, uma delas, gastar R$ 250 em um sapato e terem assistido ao filme "Um beijo roubado", as foguentinhas pegaram carona com o pai de um "garoto" que conheceram no cinema, até um terminal de ônibus, e colocaram os pés - devidamente, bem calçados -, na estrada. Elas disseram para o cara que lhes deu carona que iriam para uma cidadela de Minas Gerais e, depois, trabalhariam em Buenos Aires. Como todo rico que se preze, os pais conseguiram com facilidade que a notícia fosse veiculada em toda mídia. Aí, foi batata: um gerente de hotel em Santa Catarina identificou as duas, avisou a polícia e elas voltaram para suas famílias, sadias e contentes. Elas dissseram, ainda, que conseguiram a grana para sobreviver nesses dias, vendendo uma câmera digital, um I-Pod e um celular. Gipsy for life!
Contaram também, que não sofreram abusos dos motoristas de caminhão - que são todos homens bem casados e de índole irretocável.

Pfff...

Versão Acnóide dos fatos:

Duas garotas brancas e ricas e na idade da perereca à perigo, resolvem ir ao cinema assistir a um filme chamado "Um beijo roubado". A sessão terminou, aproximadamente, às 22:30h. O local, uma região segura e "super de família" de São Paulo: Augusta's Street. Ainda no cinema, enquanto ficavam lambendo um scarpin de couro, chamaram a atenção de um carinha de 18, 19 anos, que com os hormônios em dia, começou a puxar papo com as beldades:

- Sozinhas?
- Aham! Hihihihi...
- Hmmm... que delícia? Posso fecundar?
- Não, somos namoradas! Da fruta que você gosta, nós chupamos até o caroço!
- Opa, que beleza! Eu ajudo vocês! "Querem uma mãozinha"?
- Hihihihihi... assim, se você nos der uma carona, a gente te deixa maluquinho...
- Urrul! Faturei!

No afável bairro da Barra Funda, começaram a pegar caronas. Vários caminhoneiros cederam a boléia para as teenagers, viciadas em Tatu, Avril Lavigne e... Simone. Se um deles soubesse que se tratavam de post-modern lesbians, teria dito: "É uma cilada, Bino!".
Depois de venderem suas tralhas, compraram bebidas e um punhado de erva cidreira, a qual fumaram enquanto se embebedavam e celebravam a vida. Telma e Louise style.
Alugaram um quarto de hotel, se esfregaram a noite toda e, na manhã seguinte, cana nelas! - no sentido figurado, pois da cana, elas preferem só o bagaço.

Ou seja: o número do scarpin é 43.

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sexta-feira, junho 06, 2008

Cri-cri, eu?

Cri-cri, eu?

Se existe algo que me "emputece" constantemente quando leio os jornais, é o fato de - sempre -, encontrar os mesmos jornalistas, escrevendo sobre os mesmos assuntos, com as mesmas idéias e concepções políticas de 20 anos atrás. Sim, concepções políticas. Até porque, sem política, um jornal não sobrevive - automaticamente, não consegue anunciantes, que consequentemente, são empresas financiadas por vários políticos. Ainda é possível encontrar em textos diários, acusações desprovidas de teorias sólidas, sem o menor respeito à averiguação e ausente de qualquer tipo de conotação investigativa: basta um dizer, todos ecoam. Vide o episódio em que uma loja de colchões pegou fogo no bairro de Moema (em SP, região "próxima ao aeroporto"), para já falarem que um avião da Pantanal se chocou com o prédio. O resultado foram rádios, sites, e até mesmo noticiários internacionais, lembrarem por 19 minutos do "Caos Aéreo Brasileiro". Até estranhei não falarem que Dilma Russef ou Lula estavam na cabine (por sinal, saiu no jornal que "a culpa" pelo acidente em Congonhas que vitimou mais de 300 pessoas foi a manopla posicionada de maneira incorreta na cabine do piloto? Ah, saiu? Estranho não repercutir). Ao menos, o irresponsável e apressado jornalista da Globo News e O Globo foi demitido.
Foi o mesmo com o assassinato de Isabella, com o território sem-dono que seria a Amazônia e a inflação causada pela crise dos alimentos - no mundo todo, diga-se de passagem. A soja ocupa os pastos destinados para os bois e, os bois, ocupam o espaço que deveria ser destinado a plantação de soja. Ambas práticas, oriundas de desmatamento da Amazônia - alguém aqui viu um elo não aproveitado por qualquer meio de comunicação?
Dica do Acnóide para colunas semanais:
"Basta matar todos os bois, enchendo a barriga deles com soja, até ficarem de língua de fora. Vai sobrar alimento para todos, os preços vão baixar".
Eu conto os dias para ver essa manchete na primeira página da Folha ou do Estadão.

Eu sempre disse, e sempre vou dizer: as profissões mais nojentas do mundo, são direito, publicidade e jornalismo. Fazem o que querem, pelo que mais os interessam, não medindo consequências ou proporções emblemáticas do que suas carreiras deveriam ser.

Povinho sem criatividade e critério.
Povinho de que faço parte, infelizmente, até então.

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segunda-feira, junho 02, 2008

Baixou a poeira

Baixou a poeira

Saudades, eu confesso não ter sentido, mas sinto falta de escrever aqui.
Nesses últimos 20 e poucos dias, tive a convicção de que a pressa é inimiga da perfeição, e que atos movidos por impulso levam às consequências mais desesperadoras possíveis. Em suma: não mudei de emprego - infelizmente; continuo sem saber o que fazer da vida; o Seven Elevenz é R.I.P.; o Corinthians é 100%, e a digníssima Márcia C. Fialho é, definitivamente, uma mulher de extrema paciência comigo.
Agora, voltando ao Acnóide World:

Bush afirmou que o Iraque abrigava, debaixo de seu arenoso e rico solo, toneladas de armas químicas, e que isso seria uma ameaça para o mundo. Lançaram bombas no país inteiro, torturaram prisioneiros e, até hoje, ainda morrem às pencas em conflitos com rebeldes. A solução, na minha humilde opinião, seria a de contratar Benjamin Linus e dar fim àquele pedaço de terra. Com House no comando das operações, distribuindo doses homeopáticas de cinismo, sensatez e inteligência apurada. O que se passa na cabeça dos roteiristas desses seriados, é merecedor de profundos estudos. O que me faz continuar até altas horas da madrugada, baixando episódios e indo dormir com cara de "mas, como?", é que gostaria de ter 10% da criatividade destes. Uma sociedade hippie-guerrilha como a de Lost, não é muito difícil de se imaginar. Agora, um médico como House, a mistura perfeita entre monstruosidade e benevolência, isso sim, é algo que não me ilustra qualquer personagem que eu já tenha conhecido. Voltando a falar de Bush, uma pergunta: Não seria ele, Benjamin Linus?

Agora, volto à edificante missão de informar a sociedade sobre o mercado de cosméticos e HPC desse Brasil de Deus dará! Né?
Então, é!

ps: ia comentar sobre as similaridades do novo filme de Indiana Jones com "The Pandora Directive", antigo jogo de adventure para PC, mas como vocês não sabem do que se trata, faço-me de rogado.