quarta-feira, março 29, 2006

Povo nulo

Povo nulo

Acho que ao invés de um bando de cicatriz de espinhas pelo corpo, eu devo ter uma bela dúzia de estrelas vermelhas pregadas nele. Insistem que eu sou petista porque não tenho raiva do Lula, ou porque gosto da Marta, ou porque admiro o Suplicy. Mas que porra tem de mais eu me interessar por política? Eu votei duas vezes no Alckmin prá governador, deixando de votar no Genoíno ou no Mercadante quando foi possível. Aí me vem gente perguntar se eu não leio jornal, revista, ouço rádio, vejo televisão... e respondo: não, não faço nada disso. Afinal de contas, isso tudo acontece na tela da tv, no meio desse povo, e eu como todos os jovens reacionários do país não assisto nada da Globo (sic). Passo o dia todo vendo a TV Cultura e aqueles desenhos prá retardados mentais que nascem no hemisfério norte, cheio de massinhas e animações dignas do Tião Galinha. Eu vou meter o pau (ui!) numa pessoa pelo que dizem que ela faz ou deixa de fazer? Prá? Me responda: Prá?... Se eu que sou um pobre diabo sou taxado de drogado, bêbado e galinha, imagine só o que não falar de uma pessoa pública. Ainda mais uma que tem o cargo mais importante de um país com 170 milhões de... imbecis. Uns 100 milhões que levaram bola nas costas (ui!) do desdedado e agora pedem "justiça, moral e... dinheiro"! Leio algumas coisas vez ou outra e me espanto com a ignorância e hipocrisia do povo-juíz. Admitem ser farinha do mesmo saco, ainda são convencidos por dramas pessoais na hora de eleger alguém a alguma coisa e clamam por dignidade. Ah, faça-me o favor! Um país que é "democrático" há menos de 30 anos e tem os mesmos governantes por 60 devia realmente ter uma certa censura de imprensa a fim de se evitar o bando de besteira que é divulgado por aí. Sim, porque agora que não têm mais nada de novo prá falar, fala-se qualquer coisa. Útil ou inútil, entretenimento ou não, pouco importa, ser jornalista no Brasil é ser mais brasileiro do que nascer brasileiro, se é que me entendem. Tenho certeza que daqui há 365 dias, vão estar brotando como água notícias falando que o Alckmin tem familiares no poder desde 59; que a filha dele faz USP porque pagou prá passar (bote fé, e filho também); que a mulher dele trabalha na Daslú; que ele se formou em medicina e nunca exerceu a profissão; que quem governa por dabaixo dos panos é o FHC; entre outros e outros e outros.A verdade, é que eu acho o povo brasileiro maravilhoso. Muito mesmo, tão profundo quanto o elogio "maravilhoso", que é escrito em qualquer porta de boteco a respeito de boquete. Eu, ao menos, assumo que minha opinião política "depende", até no Orkut. Agora quem coloca que é libertário ao extremo e pretende votar nulo pro congresso nacional escolher um candidato, bem, que vá lamber as bolas do Caetano.

Caso não concorde comigo, tudo bem.

Ainda desprezo todos vocês! :)

domingo, março 26, 2006

"...prá eles, o outro lado, eu digo: mal-me-quer"

"...prá eles, o outro lado, eu digo: mal-me-quer"

Por falar em automóveis, parece que tenho um transatlântico estacionado no peito. Nesses últimos 3 dias, fumei uns 4 maços de cigarro, por aí. Prá quem pensa em parar em breve, mal sinal. Mas houve motivos de sobra prá se comemorar: reví minhas amigonas (Talitona, Carolzona e outras zonas), reví o Feijão (que estava super folgado na maca do hospital, trocando os canais da televisão antes de ir prá festa comigo), a Mayra (que prá variar, tem as melhores festas de aniversário do hemisfério sul)... entre outras coisas. Até a Mari (magrela) saiu na Folha de S. Paulo, e fez com que meu pai me acordasse às 8 da matina prá ver as mentiras que ela contou na entrevista, como a de ser "estudante de Letras"... ok, to brincando, mas po... precisa me acordar tão cedo assim? Mas ele se fodeu. De tarde, o cachorro foi brincar de roubar minhas meias e pisou no saco dele enquanto o velho (e o velho) dormiam. Tarda, mas não falha.
Fui no médico essa semana e descobrí o que já havia imaginado... prá quem tem "muita sorte" em termos de saúde, rezo pro resto de meus palpites estarem errados. Não to afim de entrar na faca e passar uma semana de cama, nem fodendo.

E prá quem venha a interessar, sim, estou muito bem e feliz.
E é por isso que a raridade de posts aqui vira um hábito, pois tenho coisas mais interessantes prá pensar e pessoas bem mais interessantes prá me ocupar o tempo.

Semaninha pesada me espera.

Fiquem com Deus, Anamastê, Paz e Luz!...
...seus vermes.

domingo, março 19, 2006

Reservado

Reservado

Sabe aquele ônibus da 00:01h? Que você acha que passa perto da sua casa, mas não tem certeza? Que te leva práquele lugar calmo, que você tanto gosta? Mas você tem medo de arriscar e acaba passando a madrugada na rua, entre bares, putas e policiais. Creio que perdí o busão vezes demais. Arrisquei pouco demais, por incrível que possa parecer aos que pouco sabem do nada. O ônibus passou de novo, algumas horas depois e eu nem percebi... já tinha dormido no ponto, perdido a vez, deixado passar.

Mas veremos se alguém dá o sinal e desce prá me avisar, ou me buscar, que seja.
Que bela pizza.

terça-feira, março 14, 2006

After the "bip", you already know what to do.

After the "bip", you already know what to do.

Segundo Dalai Lama, um cara muito sagaz, "O Homem nasceu para ser feliz".
Após uma pérola dessas soar os ouvidos de milhões ao redor do mundo e virar ideal de vida para tantos, não é de se assustar que bandas como o Creed façam sucesso. No Brasil a bagaça fede mais ainda. Temos que encarar os Detonautas rimar "o céu, o sol e o mar", o B5 copiar todas as músicas do Dashboard Confessional e ver o Hateen desafinando em rádios FM e já ganhar até o peculiar gosto musical da minha mãe.
Como no ensino, poderia se usar o lema PSDBista: a melhora tem que partir das bases! Mas, como fazer isso, se em nossas bases temos o NxZero, Glória (do meu amigo Mi, mas que é uma porcaria), o Envydust (de amigos também, mas outra coisa nula), entre tantas outras? É como pegar o Robinho, sucesso no futebol, e falar:
"- Olha, imita ele! Faz igual, que dá certo!". Mesmo que você se torne um analfabeto absoluto e diga que "nós vamos trabalhar prá ajudar a melhor maneira possíveis", você terá seu espaço no reluzente céu do sucesso. O céu, digno dos católicos que trabalham, fazem suas preces e pedem a Deus que não os castiguem por terem espancado a mulher minutos antes.
A música em geral está uma grande pilha de esmegma. Salvas raras excessões, que por serem opiniões minhas não devem ser cotadas aqui - só coto as ruins, que também são opiniões minhas, que são opiniões muito balisadas e fodas - não nos resta muita coisa. Falam horrores da Pitty e de sua horda de garotinhas com cinto rebitado, do CPM 22 e suas fãs de calcinha molhada, mas eles fizeram sua parte e fizeram muito bem: apareceram no mainstream, capturaram as almas jovens e revoltadas do país e pronto. Parou por aí. Não quiseram inventar nenhuma revolução, moda, obrigar o Faustão a saber cantar as músicas, nada disso. Ao contrário do que se vê nas esquinas de SP, dominadas por cartazes, lambe-lambes e flyers de bandas que saem da caixa de ovos já estragadas desde a cloaca da galinha.

Digo tudo isso por pura indignação.
Se já não bastasse o Flicts ter acabado, agora, é a vez do Invisibles.
Quem conhece, ótimo. Quem não conhece, bem... que se dane mesmo.
Mas eram bandas acima da média. Todas com uma linha estreita e concisas nas melodias, temática e estilo de show. Sim, coisa que banda alguma decente tem hoje em dia.
Sábado me pararam na saída da pista do Madame Satã:

- Ow! Seven Elevenz, né?
- Isso! Er... beleza?
- Beleza! Po, o que você tá fazendo aqui?
- Eu... perae... cara... quem é você, mesmo? Te conheço?
- Não! Sou fã da banda! Tenho cd e tal... fui em 2 shows já...
- Po, legal hehe... valeu...
- E acabou mesmo? Por que não vai voltar?

Pensei em trezentas coisas prá responder, mas...

"- E prá que voltar?"

Aí ele deu uma risadinha sem graça e me ofereceu um drink.

sexta-feira, março 10, 2006

Cachorro picado por cobra tem medo de barbante

Cachorro picado por cobra tem medo de barbante

Ontem eu entrei em estado de total pavor! Depois de ter ido a um pub que provavelmente será meu próximo emprego, passei na faculdade prá ver a colação de grau das minhas amigas de jornalismo. Aquela lenga-lenga de sempre, música brega, pai chorando e tudo mais. Claro, fiquei do lado de fora, fumando e tomando cerveja com mais uns 5 amigos. Como a "festa" demorou demais, decidimos por ir prá casa de um deles tomar cerveja até cedo... umas 4 da matina, como foi, de fato. Me espantou a sinceridade do ser humano após algumas latas de cerveja (no caso do Léo - cerveja, tomate seco e pão velho, coisas que o fizeram dar uma bela vomitada). Descobrí que eu sou o machista menos machista do mundo. Menos cafajeste (no sentido bom da palavra, criado após o dia em que as mulheres queimaram os sutiãs prá fazer churrasco), menos radical e mais igênuo de toda a trupe masculina. Dei por mim que a maioria das minhas amigas que se dizem pudicas, fazem e pensam o triplo de besteiras que eu. Aí percebi que desceram pela minha garganta 7 latas de Bavaria Premium (uma bela bosta, por sinal, sem parcimônia alguma). Como eu estava soltando verdades ao vento às 3 da manhã sobre minhas "peripécias" e não me sentia mal?! Porque me dei conta que sou um santo! E que aquele lance de "esse é prá casar" não foi feito prá mim, porque elas não querem um cara como eu prá isso. Capiche?

O mais assustador de tudo isso, é que só a Juliana concorda comigo. E eu com ela:
"Esse povo só pensa em sexo!".

E sim, eu estou assustado com o mundo.

Classificados do Koelho:

Vendo: uma impressora HP Deskjet, bem velha e que eu odeio. Mais de R$ 50 e é sua.
Um amplificador de baixo Thunderbolt, 100 watts, bom estado. Velhinho, mas berra que é uma beleza. Mais de R$ 100 e é teu, mané.

Compro: um rim novo pro Feijão, que foi internado na tarde de ontem e vai começar a via-crucis da hemodiálise.

segunda-feira, março 06, 2006

Waiting for 2012

Waiting for 2012

Cada ano
de nossas vidas
as idéias
se distorcem mais
e se tornam
coisas do passado
nossas glórias
tão poucas quanto
as palavras
que você falou
e se tornam
coisas do passado
Que você não quer falar
que você não quer lembrar
que não importam mais
que não importam mais
Aquelas roupas
que você usava
os discursos
não se encaixam mais
e agora
são coisas do passado
na memória
não ficou muito
uma dúzia
de intenções
que agora
são coisas do passado

quinta-feira, março 02, 2006

A insuportável leveza do ser

A insuportável leveza do ser

-Alô?!
-Alô... quem é?
-Rafael?!
-É... quem é?
-Fala aê! Beleza cara?! Sou eu!
-...porra... quem é?!
-O Fábio! Irmão da Suelen! Beleza?
-Que Suelen? Eu não conheço nenhuma Suelen!
-Aí é 5897-xxxx?
-É... Mas acho que foi engano mesmo... porque nem conheço Suelen...
-Você já estudou no Zarzur?!
-Porra... já... agora eu que não sei mais de nada, então!
-Ah, tá! Desculpa... mas você conhece o Rafael que é meu amigo?
-Cara, sei lá...não...acho... hahahaha, que horror essa coversa...
-Ele tá ficando com a minha irmã! Descobrí agora! Tô muito puto cara, foi mal...
(momento de pausa)
-Ah... esse Rafael? Anota aí o telefone dele...

E passei o telefone do Barata.
Pena ele não estar em casa.