sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Amor de litoral não sobe a serra?

Vovó Tereza from Hell terminou o namoro de quase quatro anos com o véio gagá mais bacana do mundo. Um cara que não consegue falar direito por causa de um derrame, nunca tinha visto o mar até os 73 anos e que passou três anos com um câncer de próstata - agora, ele não tem os dois ovinhos. Tereza mandou o coitado fazer as malas (uns três molhos de roupas), pegar sua tv e a geladeira, e subir a serra. A véia ficou sem tv e geladeira, em pleno carnaval.

A véia "roubou" mais de R$ 1000 do véio gagá, parte da aposentadoria dele que ela guardava numa conta no nome dela, para eventuais emergências (dela, pelo visto). Segundo TFH: "Ele me fez passar muitcha raiva, eu mereço!". Mas a gente forçou a dona Terezinha a devolver tudo - ela devolveu R$ 750. Porém, a saudade apertou nos dois e eles estão morando juntos novamente, felizes, gagás e banguelas. Agora, com duas televisões e duas geladeiras.

A Fnac me ofereceu R$ 345 mensais, para eu trabalhar apenas aos finais de semana.
A TV1, empresa fodassa, acabou com meus sonhos por meio de uma prova de português.
A Editora Impacta quer falar comigo na quarta-feira.
Até lá, estarei em São Sebastião, pegando sol, picada de mosquito e horas de congestionamento - tudo pago pelos amigos.
Afinal, o que seria de um feriado feito para exagerar em tudo sem os amigos?
Tindolelê, ziriguidum, balacobaco e telecoteco para vocês!

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Curriculum Vitae

Você percebe que sua vida anda sem pé nem cabeça, quando posta no blog às três e meia da matina, em plena terça-feira, mesmo sabendo que ninguém vai ler. Porém, os 80% de "obrigação" moral ainda restantes me empurram ao Acnóide - sacanagem deixar um moleque de oito anos assim, tão abandonado.

Por falar em moleque, me senti muito adolescente na semana passada. Lembram como era maravilhoso procurar emprego antigamente? Primeiro, você tinha que conhecer alguém que tivesse uma máquina de escrever ou computador, para fazer sua apresentação de maneira decente. Claro, precisaria também de alguém que soubesse mexer nessas coisas. Em todo caso, tudo isso era quase peça rara em 1998, por motivos diferentes. Minha mãe usava uma Olivetti no trabalho e lembro que fez um "curriculum vitae" para mim. Bem, eu nunca entendi porque explicar o que eu sei fazer em latim, já que não tenho planos de comer criancinhas ou matar judeus, mas sempre foi assim. Lembro que, como era apenas um teste, minha mãe colocou lá que eu era um garoto chato, bocudo, preguiçoso e convencido (pena que perdi aquela obra de arte, me pouparia muito tempo agora).

Voltando ao fio da meada, você tinha então que sair perambulando pela cidade, buscando com os olhos apertados e o suor na testa e axilas por uma placa de vaga de emprego, ou a mesa do RH de alguma empresa que você tivesse QI (isso não mudou NADA até hoje). Cumprimentava a pessoa, perguntava se tinha vaga em aberto, explicava brevemente a situação, deixava o curriculum e ia embora, imaginando: "Porra, entrei para o escravismo. Viva! Vou poder comprar cigarro e bebida quando sair - talvez até coma alguém!".

Pois bem, semana passada eu fiz tudo isso (hehe). Me desapeguei totalmente das facilidades que a internet proporciona e saí por dois shoppings de São Paulo entregando folhas de sulfite recheadas de preto, azul e umas mentirinhas que não matam ninguém. Fato, é: você nunca presenciará um rosto mais abismado a ouvir uma pergunta sua, do que aquele do: "Pode deixar curriculum aqui?". A pessoa imagina que você acabou de derreter diretamente da terra da Bjork até a porta da loja. Foda disso, é tentar explicar o que está acontecendo.

- Então, no meu curriculum diz que sou jornalista, porque sou jornalista, mas...
- Como?
- ...assim... eu sou formado em jornalismo, comunicação social na verdade, e...
- O curriculum é seu, né?
- Isso!
- Ah, pode deixar aqui sim, a loja tem RH próprio... depois a gente entrega.
- Po, legal! Obrigado!
- De nada e boa sorte! ;)
- ...é, mais uma dúvida... na verdade, aí diz que eu sou jornalista, mas... isso quer dizer que só vão tentar me colocar em vagas para... jornalismo? Comunicação...? Porque...
- Eu sei, você tá querendo o que tiver, né?
- ...isso! Hehehe...!
[risada de "é, me caguei todo"]

Mesmo com todas as dificuldades, três das quatro lojas que fui, aceitaram o papel. Uma delas só aceitava esse tipo de humilhação por meios virtuais - e o fiz, evidentemtente. Escolhi livrarias (Siciliano, Saraiva, Livraria Cultura), pois isso pode me ajudar a suportar a rotina massacrante que parece ser trabalhar em shopping. Também deixei em lojas de coisas super bacanas, modernas e caras, estilo Fnac e Fast, porque a gente consegue ficar imaginando qual o desgraçado que compra uma televisão LCD de 80'' à vista no Mastercard Black.

Agora é sentar e esperar.
Porque essa é a segunda parte de procurar emprego, e a mais filha da puta também.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Graxa na engrenagem

Finalmente, chegou o negão. Se ele está cheio de paixão e vai te catar, já são outros quinhentos, mas a tal festa da democracia norte-americana ainda vai dar o que falar. Sinceramente, na opinião desse humilde desempregado pela crise mundial, eu não acredito que Obama veio do planeta Crypton e vá salvar a todos. Menos ainda: acho que nem o próprio Estados Unidos ele salve. Com tantas reservas e negociatas dos Líderes da Justiça, o país de Britney Spears sai dessa sozinho, pouco a pouco. O que resta para nós, é esperar que o novo morador da Casa Branca seja bom administrador como vem sendo nosso aleijadinho querido no Brasil. Não digo que o niilismo corrompa minhas veias, mas se me oferecerem agora um emprego e eu tivesse de escolher entre uma multinacional do Tio Sam e uma empresa brasileira, iria me atolar no refeitório a base de feijoada.

É fácil os programas de televisão, nos Estados Unidos, lamberem a cria como se fosse a nova Dolly. "Nós conseguimos". Sim, graças a Deus, conseguiram. Mas conseguiram o que, afinal? 85% dos formadores de opinião mais influentes da américa apoiaram Obama. Dos conglomerados de comunicação, apenas o Washington Post "tentou" ser mais apartidário. Lá isso é bem comum, por sinal: declarar a preferência. O povo declarou a sua, a mídia declarou a dela e nós, brasileiros... declaramos: "Obama, paga minha fatura do Visa?".

Enquanto isso, continuo procurando por emprego, porque trabalho até existe.
Mas como minha formação em vagabundagem não permite que eu desenvolva bem a função de freelancer, topo qualquer parada: meu próximo objetivo é trabalhar em uma livraria. De "peão" mesmo, sabe? Pelo menos eu teria certeza que o ambiente e dia-a-dia seria mais conveniente com minhas opções, inclusive, profissionais.

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