terça-feira, fevereiro 27, 2007

Só pã, de vai e vem

Só pã, de vai e vem

Nunca pensei que fosse tão difícil a se habituar a uma rotina segunda-sexta feira, horário comercial. Voltar a trabalhar, depois de tanto tempo, tem sido um tormento, por mais que ainda seja doce. Acordar com hora certa, calcular o trânsito e o trajeto que vou fazer para não me atrasar, o esforço para não dormir durante o trabalho... complicado. Pra ajudar, tenho que peregrinar diariamente sob o sol do meio-dia até o centro de São Paulo, normalmente com o ônibus a 20km/h e cheio. Isso quando nã0 chove, pra refrescar e alagar a região toda. Daí, o trânsito também está parado na hora da volta (20h). O metrô fica e menos de 1 km de distância, mas é tanta gente andando na mesma direção que me sinto um sunita em direção a Meca. Daí, tem ainda outro ônibus até a temida zona sul, que normalmente, demora 1 hora até chegar no meu abismo residencial.

Olha, cansa. E como cansa.
Mas essa quarta, tudo acaba. Vou FINALMENTE ser mandado para meu local de trabalho fixo, a região super chique, próxima ao Shopping Morumbi. Vou poder tirar sarro das dondocas cheias de sacolas e também das donas de casa cheias de sacolas, já que do lado, encontra-se um enorme hipermercado Carrefour.

Cansado mas bem.
E sem saco pra bolar posts mentirosos e engraçadinhos.
Pra variar, se distraiam com as besteiras semanais.

Vejo vocês quando "Ôô, Carlaaaaa...!" voltar a tocar nas rádios.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

"Moça Bonita!"

"Bããã! Moça Bonita! Bããã!"

Ah, o carnaval... época em que eu, normalmente, viajo junto com meus pais para o interior. Ou fico mofando no sofá de casa. Ou tomo cerveja em qualquer boteco pouco barulhento para não "passar em branco". Época que aboli de vez da minha vidinha ociosa. Agora é regra: todo ano, de hoje em diante, juntar um grupo de 5, 6 amigos e viajar em direção à putaria. Isso sim é vida, isso sim é carnaval. Não busco na memória com grande facilidade a última vez em que passei 3 dias tão agradáveis quanto os últimos. Tirando um inconveniente aqui e acolá, como uma barata que passou sobre meu pé e me mostrou meu lado feminino, tudo foi jóia, supimpa, memorável. Lembro da vitória do time masculino (claro) de 2x1 sobre a fraca e chorosa equipe das garotas, a noite vendo a "Mangueira entrar" e as tirações de sarro minhas e do Feijão que nos fizeram reservar nossa vaga no inferno ao lado de Dona Marta.

Ok, terminou o telecoteco, voltamos às atividades rotineiras de todo brasileiro: se foder por mais 12 meses.

Semana que vem começo no meu novo emprego, que por sinal, estou animadinho demais para começar logo. Quase uma biba.
Tudo novo, de novo, sem achar pêlo em ovo... é... carnaval serve para muitas coisas, afinal.

domingo, fevereiro 11, 2007

Qual foi sua primeira frustração amorosa?

Qual foi sua primeira frustração amorosa?*

Me lembro como se fosse ontem da minha primeira excursão junto com a Escolinha Cantinho da Alegria. Eu devia ter uns 4 anos, mas já tinha massa encefálica suficiente para saber que seria a oportunidade perfeita de se aproximar de minha musa: Karen, a professora de português (ou seja lá qual a matéria em que você desenha e faz ditado, ao mesmo tempo). Ela devia ter seus 22, 23 anos. Alta (claro, eu media 1 metro, natural que a achasse alta), magra, óculos de armação fininha e cabelos pretos, levemente encaracolados, quase no meio das costas. Me chamava de Rafinha e passava a mão no meu cabelo quando eu fazia manha e queria colo. Sim, eu apelava bastante.
Quando chegamos no destino final da excursão, o planetário do Parque do Ibirapuera, fiz tudo que era possível para sentar junto dela. E consegui: sentei do lado esquerdo dela, enquanto do lado direito, sentou uma outra menina - que não me lembro o nome, mas que se dizia minha namoradinha. O problema é que eu achava aquela ruivinha sardenta "infantil demais" para mim. Oh, a soberba! Eu não gostava de brincar de pique-esconde com ela, de fazer dupla com ela nos trabalhos escolares, muito menos, de lavar as mãos antes do lanche depois dela. Sei lá porque, mas quando ela lavava as mãos, o sabonete ficava cheio de grãos de areia, áspero, nojento, e aquilo me incomodava um bocado. Bem, voltando à Professora Karen: no meio da explicação sobre o planetário, ela me disse: "Rafa, agora fica bem quietinho, que vai começar!". Eu estava mascando um chiclete e, provavelmente, fazendo barulho com o saco de salgadinho - e eu achava a ruivinha nojenta, vejam só.
Dado um momento da "viagem pelo espaço sideral", me deu uma vontade absurda de mijar. As fileiras eram bastante estreitas, bem parecidas com as das salas da USP de cursos populares, o que me impedia de sair para aliviar a angústia. Também tinha vergonha de pedir para a Karen me deixar ir. Ela estava tão concentrada, adorando aquilo tudo, não ia quebrar o clima. E segurei, segurei, segurei o quanto pude. Na minha lancheira do He-Man, ainda tinha um sanduíche de alguma coisa e uma garrafinha de suco de abacaxi. Quase no fim. Talvez por isso, eu quisesse tanto urinar. Uns dez intermináveis minutos depois:

- Rafa... você fez xixi?
- Não, professora! Eu não!
- Então que cheiro é... Rafa!... você fez xixi!
- Não, professora! Não fiz! Eu juro!
- Rafa, não precisa ter vergonha... vamos, eu vou no banheiro com você.

E foi aí que peguei trauma de mulheres mais velhas.
E de planetários.
E peguei alergia a abacaxi. Sempre que tomo suco da fruta, ou como um pedaço, minha língua fica cheia de carocinhos e ardendo, como se fossem aftas.

Mas, ainda bem que perdi o trauma de mulheres mais velhas. Agora, eu as amo.
Ainda não gosto de planetários. Nem do sol eu gosto muito.
E também nunca tive carocinhos de alergia no pau, o que ajudou bastante.

* pergunta feita pelo psicólogo que eu tive, uns 8 anos atrás.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Koelhinho viciado

Koelhinho viciado

A "mais carioca que jornalista", Ira, me amaldiçoou nessas brincadeirinhas entre blogs, que na verdade não passam de uma bela desculpa para se postar algo quando não se tem nada para postar. Devo descrever 5 coisas favoritas/vício/ou lembrete de geladeira com imã.

Vícios, pois tenho muitos:

* Celebrar o vício com o vício - Uma mania que percebi que tenho, é a de comemorar toda e qualquer porcaria que eu faça, de algum modo. Seja bebendo, acendendo um cigarro ou colocando uma música que eu goste no mais alto dos volumes. Quer exemplo da bizarrice? Se eu subir uma ladeira, daquelas bem longas e não me cansar, "comemoro" fumando um cigarro. E acreditem em mim, pois eu realmente celebro aquele momento fumando. É como se fosse um tapinha nas costas e um "Valeu, cara! É isso aí!". Isso vale para bons textos que escrevo, boas músicas que faço, elogios que recebo ou piadas que invento de momento. Já cheguei até a comemorar o fato de ter conseguido fazer uma professora chorar de raiva, depois que ela me provocou e sofreu o revés, fumando um cigarro dentro do estúdio de televisão. É, eu sou mau pra caralho!

* Acordar sempre com o pé direito - Não adianta, esse maldito vício eu percebi que peguei sem querer. Um primo me disse que dava sorte, eu acreditei, e cá estou, todo dia acordando com o pé direito, literalmente. Não importa se durmo no chão ou num sofá, tenho que levantar apoiado no pé direito. Mas isso não é tudo. Depois de assistir ao Homem Aranha (o filme), me peguei fazendo aquela "pose" com a mão, como se fosse sair uma teia, antes de levantar. Sabe quando você está ainda deitado, se espreguiçando e tudo mais? Isso mesmo.

* Fingir que falo ao celular - Isso foi trauma. No segundo ano da faculdade (acho), uma professora me convidou para trabalhar com ela, já que eu era o único vagabundo desempregado da classe. Aceitei, mas me borrei todo quando vi que a parada seria escrever textos jornalísticos para empresas, ou o famigerado press release. Na primeira reunião, eu fiquei tão apavorado com o calhamaço de papéis que me deram para pesquisar, que dei um jeito de conseguir apertar o botão do volume do celular e ele tocar, interrompendo a conversa. Fingi que era algo urgente de casa e pedi para ir embora. E deu certo. Faço isso até hoje, não importando muito a situação.

* James Dean Wannabe - Bem, essa é realmente estranha. Quando era mais moço, pra não dizer criança, tive que ler um livro chamado "Os cadernos de Aninha". Era aquela literatura pré-adolescente que tenta ensinar coisas certas para a molecada, mas que só servem mesmo para fazer peso nas mochilas e nada mais. Em dado momento do livro, um cara que era afim de Aninha, a esperava encostado no muro do colégio. Fumava um cigarro (ele era mais velho e "rebelde", logo, podia fumar), com o olhar tedioso/distante e com a perna dobrada para trás, apoiada na parede. Eu achei aquilo demais e faço até hoje. É meu charme. Penso eu, ao menos.

* Insônia - Muita gente já me pegou reclamando disso. "Não dormi nada hoje, acho que tenho insônia". Na verdade isso não passa de uma baita frescura de minha parte. O fato é que perco tempo demais na cama pensando besteira, e quando vejo, aquele sono que me levou a deitar já se foi. Me imagino trabalhando com alguém que admiro muito, marcando um gol na final de um campeonato brasileiro pelo Corinthians, vencendo um reality show cheio de comoção do público, entre outras sandices que sua imaginação mal pode assemelhar. Por sinal, uma noite passei mais de 3 horas só "pensando", no escuro, sobre como seria o crime perfeito. Ou quase isso. Pelo menos rendeu a história do meu livro, que eu insisto em dizer que estou escrevendo, mas que parei no primeiro capítulo há mais de 4 meses.

De minha parte, passo a maldição apenas para a Sacha e para a Fernanda, pois são poucos os blogs que ainda existem hoje em dia.
Até porque escrever é coisa de gente nerd e retardada, e a nova geração é "cabeça demais" pra essas babaquices.