sexta-feira, setembro 29, 2006

Luís Inácio avisou

Luiz Inácio avisou

Provavelmente vocês todos aqui, já apertaram o verdinho. Ou o branquinho, que seja. Mas meus bagos ficaram do tamanho do ego de Bush, depois de ouvir tanto por ter decidido assumir que voto em Lula e em muitos candidatos do PT. O voto, além de particular e "secreto", normalmente é argumento de engajamento social de muitos que sequer encaram um pedinte no meio da rua. Vangloriam-se de terem pavor de corrupção, ladroagem, mas nunca fazem questão de comprar um produto com nota fiscal ou um DVD pirata daquele filme que ainda está no cinema - e que emprega umas 10.000 pessoas, direta e indiretamente.
Sobre o pseudo-aneurisma de Lula, venho indagar:

- Quando sua namorada (ou namorado) enfeita sua cabeça com um par de chifres, você sabe? É a pessoa mais íntima e próxima de você, na grande maioria das vezes. E, não, você não sabe. Todos seus amigos, os dela, o papagaio, todos sabem.
- Aquele amigão da empresa, que te paga o almoço duas vezes por semana e arruma baladas inesquecíveis para você e que, constantemente, fala mal de você para o chefe, querendo pegar seu posto e ter um aumentinho... você o conhece muito bem. Mas ele faz. Ou pensa em fazer.
- Aquele seu amigo inseparável de 25 anos, que fica preso entre seu indicador e o médio, lhe proporcionando prazer e companhia, não te avisa que vai te matar. Por mais que ele seja "colado" em você, não te avisa de nada. Você até sabe de boatos, mas ele é seu amigo. Jamais faria isso. O que dizer de seu pulmão, coração, fígado.
- O disco de freio do seu carro, que você conhece tão bem, que te deixa na mão na descida de uma ladeira.

Todos sabem. Você não. Ou você sabe, mas não quer acreditar. Ou não confia nisso, afinal, você não poderia ser vitimado assim.
Eu voto em quem bem entender, dando sopa ao arrependimento ou ao "eu não falei?".

Eu só ainda não consigo entender uma coisa:
Você vai numa padaria. Compra presunto, queijo e pão. Vai ao caixa, paga. O atendente pega o dinheiro, lhe devolve a mercadoria e você sai do estabelecimento. Só com o pão, o presunto e o queijo nas mãos.
Agora, como um dossiê que custa R$ 1.700.000, é encontrado junto do pagamento, num quarto de hotel?
Não foi vendido?
Comprado?
Foi fiado?
Camaradagem?
Quem vendeu?
O que será que tem ali? Serão as respostas das CPI's engavetadas pelo partido azul e amarelo, ao longo de 10 anos? Ou um monte de fotos e vídeos sem qualquer importância? Quem sabe, as cenas subaquáticas de Cicarelli na Espanha?
Eu não consegui encontrar essas respostas em jornal algum. Nem na internet. Nem por amigos, ex-professores, ninguém.

Bem... Graças à justiça brasileira, só ano que vem vamos saber disso. Até lá, ou a vaca já foi pro brejo, ou se mudou para São Bernardo do Campo, de vez.

Eu, por incrível que possa parecer, não voto em "partido" nenhum. Voto em pessoas, candidatos, o que for. Tanto que votei em Alckmin por duas vezes (na primeira vez, aos 16 anos). E não venha me dizer que você vota nulo porque é punk, porque punk simplesmente não vota.
Portanto, lambam minhas bolas e me deixem esperar o resultado que vier. Com o voto que eu quiser.

Grato.
O dono dessa porra.

terça-feira, setembro 26, 2006

O dedo de Deus

O dedo de Deus

Minha família tem lá suas peculiaridades. Quando o assunto é minha avó materna, Terezinha "from hell", a coisa fica ainda mais particular. É daquelas senhoras que já passaram dos 70 e que ainda se acham com 35. Ela sim está na idade da loba. Arrumou um novo namorado (isso já tem uns 11 meses), continua indo aos bailes toda perfumada e empetecada, além de se achar saudável o bastante para entornar um copinho aqui ou ali, de cachaça. O viés mais interessante, ou escabroso, é a vida sexual da vovó. Deixando de lado os comentários íntimos da vida do casal idoso - que por sinal ela faz questão de contar aos netos, filhas e sogro; tem toda a fé (sic) que ela tem em... Deus. Ela me ensinou a rezar, quando eu devia ter uns 4 anos de idade. O resultado é que eu não sei, e nem tenho interesse em saber, sequer o "Pai Nosso". Quando ela tem dores de cabeça fortes demais, ela toma remédio para os músculos e a dor desaparece. Se não, ela vai para a Igreja Universal. O pastor passa a mão na cabeça dela, a dor passa e ela volta para casa toda serelepe. Caso a dor volte, dias depois, ela vai na benzedeira, terreiro de macumba, o que for necessário para sanar o problema. Isso eu sempre soube, nem consigo mais achar estranho. Agora, o fato que surgiu essa semana, realmente me espantou.
Trinta e poucos anos atrás, minha vó teve um problema sério e "íntimo" - se é que para ela essa palavra tem algum significado. O motivo da visita de minha avó ao benzedeiro, naquela ocasião, foi hemorróidas.
Imaginou que o cara a benzeu e tudo melhorou, não? Que aquela couve-flor simplesmente se transformou numa árdua lembrança do passado? Não. O tratamento teve de ser mais... profundo, digamos assim.
O homem com galhos de arruda atrás da orelha, pediu que ela baixasse as anáguas, ficasse de quatro sobre uma mesa forrada com uma toalha branca e virgem (?) e pediu para que tivesse fé.
"Tuff!"
O cara fez uma reza e a dor sumiu. Praticamente uma obra de Paulo Maluf.

Ando com uma dorzinha no cóccix, mas acho que vou apenas evitar ficar sentado tanto tempo em frente ao computador.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Negocito

Negocito

Finalmente consegui mais um freela. Fazer esse tipo de "serviço" é bem estranho. Um fulano qualquer entra em contato com você (ah! os contatos...), te pede algo, você se vira para fazer e entrega para a pessoa. Aí, ela vê o trabalho, avalia e dá o preço. Sempre é abaixo do que você espera, mas, é algo. Estipular um valor antes mesmo de fazer, 70% das vezes é furada. E não adianta dar uma de camelô, lançando um valor alto para o cara ir baixando a bola até que você fique, minimamente, satisfeito. Esse povo é bem mais esperto do que os vendedores do Lgo. 13 de Maio ou Acari. São quase agiotas, diga-se de passagem.
O que me apareceu agora, não é o mais legal de todos, mas parece ser o mais estável - se é que isso existe para freela. Alguém da minha faculdade, do curso de Jornalismo, que trabalha na mesma empresa do meu pai, viu meu TCC e está usando como "base" para o trabalho dela. Eis que a revista rodou por lá, outro alguém viu, se interessou e entrou em contato com meu velho. Agora, eu escrevo para a seção de "cultura" da revista que a empresa pretende colocar em circulação, interna, claro.
O problema é que o tema "cultura" é um tanto quanto vasto e vago. Tudo é cultura: futebol, política, economia - se bobear, até trânsito. Quando fui conversar com o cara que, teoricamente, "me contratou", fiquei perdido. O Chino é peruano, boliviano, venezuelano ou coisa que o valha. Enquanto folhava a revista e falava numa velocidade similar a dos Cavaleiros do Zodíaco, eu ia tentando compreender as palavras, anotar num papel e tirar algumas dúvidas.

- Então, o que eu vou fazer é escrever sobre cultura em geral, né?
- Si, si. E também quiero una nasbhdaos7uasnodua9hfadoiah...
- Ahn, tá... sei...
- Se possible, por favor, me prepare un sjtwekashasqw´dhaskj...
- Aham, ok... entendo...
- Finalmente, quiero que me passe ahahrfklwehwqnddwqkq12nsda´~,...
- Errr... desculpe. O que você quer é mais ou menos isso aqui, né?! [aponto pra revista]
- Si, si! Exactamiente!
- Ah, tá!

Agora sou quase igual o Rudá: um funcionário de algo que você não é funcionário, até que o trabalho termine ou, que eles percebam que você não entende quase nada do que eles pedem.
Bacana!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Amiguinho

Amiguinho

[Koelho] [koelho27@gmail.com] [http://acnoide.blogspot.com] [São Paulo]
Miltão, que tá havendo com o público desse blog??? Sempre vi gente aqui reclamando que o Debate Bola só falava do Corinthians... HOJE QUE FALOU SÓ DO SÃO PAULO, O POVO SOME!? Hahahahaha!

15/09/2006 13:48
RESPOSTA:Perder dói demais no torcedor, né, Koelho. Mas ainda acho que o Tricolor leva o Brasileirão. Vamos ver. Abraços, corintiano.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Desce macio e reanima

Desce macio e reanima

Hoje, volto com mais... bago, para fazer um novo texto aqui.
Esses dias, conversando com um amigo, o papo (pra variar), saiu de política e futebol e caiu em mulheres. Ele é um cara bacana, até bem apessoado, com um emprego deveras legal e que o faz se sentir útil para a empresa e tudo mais. Tem carro, um celular modernão, toca no violão aquelas músicas que derretem algodão e calcinhas sem costuras. Mas não consegue parar 2 meses com uma mesma garota. Não por elas, por ele. Tendo tudo isso, não vê necessidade de se privar de algumas regalias de solteiro (que para ele e para mim são as mesmas - bar, amigos, bar, amigos) para sentir-se bem. A diferença é que ele tem todos aqueles adjetivos das primeiras linhas e eu não. Comentou sobre uma garota, amiga de trabalho, que há meses tenta algo mais "sério" com ele. Ela também é tudo aquilo que ele sempre quis numa garota: gosta dele, é bonita, tem uma boa grana e não está desesperada atrás de um relacionamento pré-carnaval. O problema é que ele, mesmo assim, ainda não sabe ao certo qual o estilo de mulher para ele, se é que isso existe, na verdade. Ele imagina que essa mulher, deveria ser igual a ele, em todos os aspectos. Mas desse modo, eu creio que nunca iriam sequer se encontrar numa padaria, na fila do pão, enquanto lêem o jornal. Aí eu dei uma idéia: fale algo que, com certeza, sua "mulher ideal" não poderia ser. Ele pensou bastante, tomou uns três goles da cerveja, já quase quente, e soltou: "Não pode reclamar que eu prefiro uma mesa de bar, às vezes, do que um cineminha de Almodóvar com ela!". Juro que me espantei. Nunca pensei que ele soubesse o que fosse Almodóvar, muito menos que ele conseguisse pensar tão rápido, antes da próxima garrafa. Na minha vez, eu fumei uns 2 cigarros, tomei uns quatro copos, tentei mudar de assunto e, no final de tudo, ele perguntou - já impaciente:

- Porra, Koelho! Fala logo! O que a sua "mulher ideal" não poderia ser!?
- ...
- ...! Vai, caralho!
- ...acho que ela não acreditando em tudo que o Djavan canta, já tava bom.

Daí pedimos um conhaque, porque tentar se encontrar ideal numa coisa tão idealizada, é meio complicado.

terça-feira, setembro 12, 2006

And so...

And so...

Pronto, fiz 23 anos.
Mas ainda ando sem saco pra escrever.
Posso apenas dizer que meu aniversário foi uma data bacana. Ganhei uma jaqueta jeans (que não é jeans), um isqueiro (que não é isqueiro) e um relógio, que já era tempo de ter um novo (sacou o tracadilho? relógio, tempo... hem, hem?! aiai...).

Vão perder seu tempo em outro lugar, vendo esses gatos tocar, quando eram mais jovens.

terça-feira, setembro 05, 2006

Play

Play

No dia 3 de Fevereiro de 1959, morria Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper, precursores do rock' n roll nos Estados Unidos. O avião em que estavam, se espatifou no chão, devido a uma forte tempestade. Don Mclean, em 1971, fez uma música em homenagem aos três, chamada American Pie. Esse, era o nome do avião do acidente. McLean diz na canção, que foi nesse dia que "a música morreu".
E digo mais: se nesse dia a música morreu, ela tinha catalepsia e ressuscitou. Cresceu e se desenvolveu no Rock n' Roll das décadas seguintes, apenas para ser assassinada de vez, em meados dos anos 90, com o surgimento de seu letal algoz: a era digital.
Não se enganem achando que desde os anos 70, com a digitalização das informações e até mesmo sons, a era digital já se fazia presente. Ela não interferia no processo de produção musical, ao menos não ao ponto de tornar obsoletos profissionais e sistemas analógicos altamente confiáveis da época. Hoje, o copy + paste serve de trabalhos escolares sobre Elvis Presley, à montagem de uma música inteira - dele mesmo, em minutos. Um único DJ consegue comandar uma festa inteira durante horas a fio, enquanto a menos de duas décadas atrás, para tal feito eram necessárias 20 pessoas, no mínimo. Isso acarreta no desemprego musical, perda dos valores artísticos (e não estou falando em kitch ou qualquer doutrina filosófica) e principalmente, essência.
A música, especificamente o rock, vai se afogando cada vez mais no seu próprio suor. É tanto suplício por inovação no mercado, a procura incessante pela salvação da música, que os "novos rockeiros" têm de saber tocar 4 instrumentos ao mesmo tempo - de forma peculiar, é claro. Para atender a demanda de tanta diferenciação entre um ruído e outro, o computador se tornou tão indispensável quanto o artista. Isso, evidentemente, facilita todo o processo de criação da música. Inegavelmente auxilia - e muito, no aporte de milhares de novas bandas a cada ano. É tanta informação saindo das mesmas caixas acústicas, que o ouvido chega a ficar habituado com o zunido de uma nota só. Aí, somos obrigados a aceitar (e até, inconscientemente decorar), anedotas musicais como Panic! At the Disco; T.A.T.U.; Good Charlotte e as pirações do "genial" Mike Patton.
A prova mais absurda de tudo isso, é que o rock está desaparecendo da vida das pessoas. Sim, por mais que o boom no Brasil seja notável, é um peido de véia perto do que realmente deveria estar acontecendo. É uma cortina de fumaça, digamos assim. A era digital e suas bandas inócuas e insípidas, mataram a 89 FM, por exemplo. A geração século 21 que se transformou em target da rádio, acabou levando a mesma para a penúltima colocação em audiência em São Paulo. Resultado: a diretoria resolveu dar uma volta de 180° (leia-se demitir todos os funcionários com mais de 5 dígitos no olerite, alterar a programação sem aviso prévio e levar para a casa locutores e ritmos "mais populares"). Agora, aonde antes era sofrível ouvir U2 ou Legião Urbana a cada 30 minutos, pode-se apreciar Beyoncé, 50 Cent, Planta e Raíz. Para não me alongar demais - e mais, a MTV tomou atitude similar, apenas poupando alguns antigos "valores" (que não sei quais são, de verdade).

Sinceramente não sei onde isso vai parar, mas que já causa medo, causa. Nada beirando à Matrix, mas preocupa. Rezemos para que Buddy Holly lá em cima não confunda o backspace com o delete, e mude tudo isso para melhor.

* post pra minha coluna semanal no Bubblegum Attack.

Semana de aniversário é assim, lei do menor esforço.
Me desejem felicidades!
Volto quando tiver completado 23.