terça-feira, setembro 26, 2006

O dedo de Deus

O dedo de Deus

Minha família tem lá suas peculiaridades. Quando o assunto é minha avó materna, Terezinha "from hell", a coisa fica ainda mais particular. É daquelas senhoras que já passaram dos 70 e que ainda se acham com 35. Ela sim está na idade da loba. Arrumou um novo namorado (isso já tem uns 11 meses), continua indo aos bailes toda perfumada e empetecada, além de se achar saudável o bastante para entornar um copinho aqui ou ali, de cachaça. O viés mais interessante, ou escabroso, é a vida sexual da vovó. Deixando de lado os comentários íntimos da vida do casal idoso - que por sinal ela faz questão de contar aos netos, filhas e sogro; tem toda a fé (sic) que ela tem em... Deus. Ela me ensinou a rezar, quando eu devia ter uns 4 anos de idade. O resultado é que eu não sei, e nem tenho interesse em saber, sequer o "Pai Nosso". Quando ela tem dores de cabeça fortes demais, ela toma remédio para os músculos e a dor desaparece. Se não, ela vai para a Igreja Universal. O pastor passa a mão na cabeça dela, a dor passa e ela volta para casa toda serelepe. Caso a dor volte, dias depois, ela vai na benzedeira, terreiro de macumba, o que for necessário para sanar o problema. Isso eu sempre soube, nem consigo mais achar estranho. Agora, o fato que surgiu essa semana, realmente me espantou.
Trinta e poucos anos atrás, minha vó teve um problema sério e "íntimo" - se é que para ela essa palavra tem algum significado. O motivo da visita de minha avó ao benzedeiro, naquela ocasião, foi hemorróidas.
Imaginou que o cara a benzeu e tudo melhorou, não? Que aquela couve-flor simplesmente se transformou numa árdua lembrança do passado? Não. O tratamento teve de ser mais... profundo, digamos assim.
O homem com galhos de arruda atrás da orelha, pediu que ela baixasse as anáguas, ficasse de quatro sobre uma mesa forrada com uma toalha branca e virgem (?) e pediu para que tivesse fé.
"Tuff!"
O cara fez uma reza e a dor sumiu. Praticamente uma obra de Paulo Maluf.

Ando com uma dorzinha no cóccix, mas acho que vou apenas evitar ficar sentado tanto tempo em frente ao computador.

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