segunda-feira, março 12, 2007

The fool on the hill

The fool on the hill

Há um sério problema em aparentar, sempre, ser uma pessoa feliz, descontraída e com uma piadinha pronta na ponta da língua: quando não se está com o humor naqueles dias, algo muito sério ocorre:

- Oi, Rafa! Tudo bem?
- Aham, tudo!
- Ahn, tá...
- ...
- O que você tem?
- Que!?
- É... você tá legal? To te achando tão pra baixo...

É o drama do palhaço. Uma vez, quando brigou comigo, uma amiga me disse, que por normalmente ser o centro das atenções, eu não sabia lidar com os problemas. Ficava assustado e caçando explicações. E talvez, quem sabe, isso até seja verdade. Aquela lenda que diz que "quem ri da própria desgraça, o faz porque não sabe encará-la". O problema é: quando não se tem problemas, apenas falta aquele "tchan" pra uma tirada em cima do lance, porque há de ter algo errado comigo?

Agora, no novo emprego, eu já fui marcado como o "ah, ele é impossível". Nada forçado, eu sempre fiz e faço piada com praticamente tudo que vejo. Respeitando o momento de parar, claro, mas é natural, vem como... sei lá, o peido. Em um daqueles momentos tediosos das primeiras semanas de qualquer coisa remunerada que se preze, acabei por contar a história do Zé Gotinha. Todos riram, se contorceram, tiveram lágrimas arrancadas dos rostos. Mas no dia seguinte, um dos meu novos colegas de lá, disse: "Cara, fui no Google caçar a sua história, e é verdade!!! Não acreditava!". Porra, se eu quisesse mentir e arrancar risadinhas para fazer novas amizades, poderia dizer que eu não sou peludo e mal-humorado (pois é), que tinha inventado tudo isso pelo novo papel do Tony Ramos, na "nova" novela das 8. Esse estigma que colocam sobre mim incomoda um bocado. Eu lá tenho intenção de ser o centro das atenções? Sim, já tive, lá pelos meus 17, 18 anos, mas passou. E era mais uma necessidade de auto-afirmação do que qualquer outra coisa.

O fato é que eu cansei de ser engraçado, ou engraçadinho, ou pseudo-engraçadinho. Sou sempre aquele que todos olham quase que com olhar de pena, enquanto pensam "Meu Deus. o que aconteceu pra ele ficar assim?".

O bom ouvinte, conselheiro (Jezuuuiz!), piadista... já foi-se. Não há prêmios ou credibilidade ao palhaço, enfim.
Agora serei uma pessoa mais centrada, na minha. Séria, beirando a panaquice de um bacanal de freiras.

Vamos ver o que muda para melhor.
ps: e pau no cu desse "novo blogger" que estraga todos os textos.

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