Missão: sobrevivência, chapter 1
Missão: sobrevivência, chapter 1
Andar de ônibus, principalmente em uma megalópole como São Paulo, não é missão para qualquer um. Sejamos francos: nada é mais difícil do que se degladiar por espaço e oxigênio dentre, sei lá, 100 pessoas, às sete e pouco da matina. Você tem que ser safo, malandro, descolado e esperto. Veja a seguir, dicas imprecindíveis para você que está sem carro ou, pobre como eu, tem contato diário com os Mercedez Benz mais velozes (sic) do planeta:
A entrada
Parece mole. Você se apóia naquilo que costumam chamar de "corrimão", sobe uma das pernas, se apóia em uma, sobre a outra... mas não é apenas isso. Você precisa analisar o território, como em uma guerra. Ainda no ponto, identifique o local:
- O asfalto onde os ônibus costumam parar é, normalmente, mais danificado. Fiquei bem próximo dalí. É bom ter a vantagem de estar defronte a porta assim que seu coletivo chegar.
- Preste atenção na concorrência. Não existe Fuvest mais concorrida do que se entrar em um ônibus em horário de rush. Idosos são mais frágeis, mas não menos folgados e sem educação do que os mais jovens. Portanto, fique perto deles. Assim que forem subir, gentilmente, utilize o jogo de corpo e passe adiante. Acredite, eles fariam pior se tivessem uma bengala a seu favor, por exemplo. Gentileza às mulheres: esquece isso, djow! Tu tá no busão, não no Fasano.
O caminho até a catraca
Pagar já é um dos sacrifícios mais extenuantes possíveis. Você sente que o "sistema" te desce a vara a cada vez que descontam R$ 2,30 de suas finanças para passar perrengue. Mesmo assim, seja racional - por mais que a frente dos ônibus possa parecer mais segura, hoje em dia, todo mundo prefere passar a catraca só perto do ponto em que vai descer (economiza tempo no Bilhete Único, válido para até 4 conduções, em um período de 120 minutos). Você estará entre velhos, crianças, mulheres com excesso de creme no cabelo e gente que conversa com o motorista. Vaze. Vai pedindo licença, mas bem baixinho, porque muita educação é coisa de quem pega taxi.
A espera
Depois de ter passado a primeira barreira, é hora de buscar seu posto. Verifique, entre as dezenas de pessoas, as que estão sentadas e ainda não estão dormindo. Ou que não podem dormir. Essas, são as que vão descer em breve. Fique sempre perto delas para tomar o lugar com rapidez. As mulheres que a todo momento olham o horário no celular e ajeitam a alça da bolsa com freqüência, são outros bons postos de espera. Para quem já conhece o trajeto do ônibus, fica uma dica valiosa: Uniformes e crachás de empresas podem ajudar a saber onde o indivíduo vai pular fora.
Ah, o descanso
Assim que conseguir se sentar, preste atenção em que está a seu redor. Nunca é demais carregar uma bolsa ou mochila pesada de alguém, certo? Errado. Te toca, rapá! Soca o MP3 Player na orelha, relaxe o pescoço e durma (ou finja). Não há piedade nessa selva voraz. Evite, também, conversar com os outros passageiros. Ou você quer amizade com pobre? Ora bolas!
No próximo capítulo: regras de postura no ambiente de trabalho.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial