sexta-feira, janeiro 09, 2009

Vida cigana

Vida cigana

Para não fugir da regra: "E aí, pessoal! Como foram de virada?". Não que eu esteja muito interessado em saber, mas... sabe como é... vai que aparece um conto erótico nos comentários... Enfim, pela segunda vez seguida, passei o fim de ano em Ubatuba - SP, mais precisamente na praia de Itamambuca, recinto de surfistas, loiras parafinadas e casas de R$ 600 mil. Para ser exato, fiquei mais uma vez acampado, no Camping do Tio Gato. Com excessão no nome bichístico, o lugar é bem legal, afastando da cabeça de muitos a idéia de que acampar é a mesma coisa que cagar no mato e limpar a bunda com folha de urtiga. Já no caminho, durante as deliciosas 5 horas de trânsito, pensei que a viagem seria uma porcaria, uma vez que eu e minha patroa discutíamos de maneira singela do carro, só comparado aos diálogos entre Silverinha e Flora. Passada a tormenta, chegamos ao local após a chuva passar. Meus amigos que quiseram ir um dia antes, pegaram 14h de clima molhado, ou seja, se foderam. Montaram nossa "aldeia" debaixo d'água, dormiram na umidade, sujaram os pés na lama, e quando cheguei, tive apenas que armar a barraca (pescou? pescou?) e dormir. Na manhã seguinte, sol... e na outra, e na manhã a seguir, até o dia 1.

Acampar é uma situação extrema. Você realmente se sente pobre. Come pão com qualquer coisa quando bate a fome, reaproveita copos descartáveis, limpa os pés antes de deitar, convive com barulho de mosquitos e funk dos carros estacionados próximo ao seu barraco. Isso, sem contar com a maravilha que é tomar banho frio, já que dos 10 chuveiros disponíveis no banheiro masculino, apenas 2 são de água aquecida (e leia "aquecida" mesmo, porque minutos depois de entrar debaixo da ducha, ela esfria, de novo). Pelo preço, vale a pena. A refeição demora cerca de 20 minutos para ficar pronta na lanchonete e o pão na chapa dá a noção do que é um café da manhã na faixa de Gaza.

No terceiro dia, uma das criaturas inúteis que Deus colocou no mundo, um inseto, picou meus pés. Sim, pés, pois picou os dois. Nos dias seguintes, parecia que eu tinha uma lajota no lugar dos meus amados pisantes, mas nada que a bebedeira quase que constante e a água do mar não curasse. Por sinal, a água do mar não fica tão perto do camping, também. É preciso caminhar 300 metros até chegar na praia. Por uma estrada de terra. Estrada de terra que havia recebido chuvas generosas antes de chegarmos. Delícia de vida. No último dia de estada, eu pude ter a honra de conseguir uma foto, meio desfocada, de um lagarto. Não daqueles que caem das árvores em cima de você quando se tem 5 anos de idade e seus amigos gritam: "Fodeu, é lagarta de fogo!", mas daqueles que parecem o Godzilla. Foi a coisa mais bacana de toda a viagem.

De resto, ainda estou desempregado, agora já praticamente falido e... bem, pelo menos eu aprendi a usar o cabo HDMI na minha televisão com o Xbox 360 e aquela função super bacana de assistir 2 canais ao mesmo tempo.... tomara que 2009 seja um ano com novidades mais interessantes do que essas.

Marcadores: , , , , ,

1 Comentários:

Às 1 de abril de 2009 às 14:28 , Anonymous Anônimo disse...

Coleguinha jornalista,
conheci o blog por meio de seu perfil no Orkut. Dei muita risada com as histórias da sua avó. Apenas para te alentar: tenhho 42 anos, trabalhei 11 anos na Folha de S.Paulo (1995 a 2006), quatro anos e meio na TV Cultura (1988 a 1992). Desde que fui saída do jornal, nunca mais consegui um emprego efetivo. E raramente faço frilas. Você é o perfil que o mercado quer: jovem, com todo o 'gás'. Espero que tenha sorte nas futuras entrevistas.
Sobre este post, depois dê uma arrumada na palavra exceção.

beijinhos,
S

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial