quarta-feira, setembro 05, 2007

Quase

Quase

Esses dias eu fiquei pensando na possibilidade do "quase" na minha vida. Se eu tivesse tomados algumas decisões ao invés de outras, poderia estar bem diferente do que sou hoje em dia. Isso, levando em consideração que eu normalmente mudo de opinião no meio de praticamente tudo. Lembro quando tinha 14 anos, que era palhaço com tudo e todos, mas extremamente introvertido. Encanava com meu corpo, com minha falta de popularidade com as garotas, com a dificuldade de encontrar algum "talento" qualquer dentro de mim que pudesse me guiar na vida profissional. Graças à isso, quase morri em 98, afogado em uma piscina do Wet' n Wild da Flórida. Eu sabia que não tinha habilidade alguma para nadar, a não ser na modalidade pedra, e me arrisquei em uma piscina de ondas. Isso, é claro, para impressionar quem estava olhando e para não ficar feio diante meus amigos que estavam lá todos tendo diversão. Entrei na piscina, dei aproximadamente quatro braçadas heróicas até o meio da piscina e afundei. Afundei mesmo, de barriga pro chão, sem saber onde estava, patético. Fiquei submerso e bebendo água igual a um camelo por um minuto. Porém, me encontraram fácil na piscina lotada: eu estava de camiseta preta. Sim, de camiseta em uma piscina. Tinha vergonha de todos verem a quantidade de cicatrizes e espinhas que tinha nas costas. E se não fosse por isso, eu hoje seria parte integrante de alguma lápide de mármore, não podendo ser vendido separadamente - já que o salva-vidas me retirou da água a tempo. De forma impressionante, naquele dia fiz mais amizades do que em qualquer um dos outros 11 dias de viagem. Vai entender...

Com 15, ainda era palhaço e introvertido, mas comecei a ter os primeiros sinais de que agir de forma contrária a ética seria um caminho proveitoso em minha vida. Alguns amigos de colégio formaram uma banda de punk rock, da noite pro dia, sem me avisar nada. Logo, fiquei sem espaço no clubinho. Como eles mal tocavam ou ensaiavam e só tinham gravado uma fitinha K7 bem modesta em um estúdio, resolvi que era hora de agir. "Ahá! Moleque esperto! Montou uma banda melhor!". Não. Eu inventei um monte de fofocas entre os integrantes, eles brigaram entre si e eu assumi o posto de baixista. Com isso, gravamos mais uma vez, fiz 90% dos amigos que tenho hoje, perdi a timidez por causa da necessidade de pagar mico em frente a um bando de desconhecidos e a banda continua na ativa até hoje. Ah, sim... o baixista que eu "fiz sair" na época, agora é o guitarrista, e o guitarrista saiu por causa de... brigas com o baixista antigo, que na época que voltou a tocar na banda... bem, longa história, mas nessa, pelo menos, não tive nada a ver.

Se tivesse continuado no curso de Propaganda e Marketing na Unip, as chances de eu estar em um trabalho "de respeito", ganhando bem e sendo reconhecido pelos meus esforços, seriam grandes. Porém, quando eu notei que minha vida seria regida por gráficos de Excel e balancetes, virei jornalista, ou algo bem próximo disso. Sou feliz sendo jornalista, ganho bem e me sustento ou tenho reconhecimento? Não, mas ao menos, continuo são e só uso gravata em festas de amigos desprovidos de muita moral e formaturas. Tá bom assim.

Sábado passado, voltava eu pela calçada do meu condomínio, já chegando, quando ouço uma fritada de pneus e penso em 0,01 segundos: "Hmmm... e se for um carro em alta velocidade e descontrolado, vindo pela calçada e prestes a me atropelar? Não custa dar um piquezinho antes de olhar para trás e comprovar". E assim o fiz. Acelerei o passo em uma corridinha bem mal dada, por uns 4 metros e entrei no condomínio, já ouvindo o barulho de batida e vidros se estilhaçando. O carro, um gol, perdeu o controle sabe-se lá como, vinha em cima de mim, e em virtude do meu cooper-feito, não me acertou e deu de cara com o semáforo. Uma daquela tiazinhas que rastreiam barracos e tragédias em qualquer bairro que se preze, me disse que ele vinha mesmo na minha direção e que se não fosse eu correr, "bau-bau".

Pois bem, por pouco não viro presunto na véspera do meu aniversário de 24 anos.
Ainda bem que é só domingo e estarei na praia.
Ufa!

Sim, esse post todo foi só para deixar grifado que quero congratulações e presentes.
Eu não valho R$ 1.

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