segunda-feira, julho 09, 2007

A verdade está lá fora

Cara, agora sim, estou assustado! Fuçando no site de Deus, encontrei um caso ocorrido em 1996, na praia de São Vicente, litoral sul de São Paulo, que presenciei e não me esqueço nunca mais.

Estava eu, no auge dos meus 12 anos de idade, tomando sol e pedindo pro meu pai me levar no mar mais uma vez, porque ele não me deixava entrar sozinho, já que não sabia nadar (nem sei, ainda, e não me faz falta). Ele já estava cansado pra burro, porque como eu pedia pra ir aonde as ondas ainda não quebravam, ele me levava nos ombros, cavalinho, sabe? Então, zoado, mas eu adorava. Pois bem, naquele dia, havia um show da Esquadrilha da Fumaça, ali na praia. Era bem legal ver os aviões fazendo todas aquelas piruetas e soltando a fumacinha do Papa pelas asas, mas eu queria mesmo era voltar pro mar. Meu pai, já de saco cheio de tanto eu insistir, me deu R$ 1 (que naquela época valia uma bela grana) e fui comprar sorvete, pra "baixar o fogo". Foi aí que senti aquele estrondo dabaixo dos pés, um coro de "Ai, meu Deus! Morreu!" e ouvir o sorveteiro falando que aquilo era "um horror". O avião que fazia manobras acabara de cair no mar (mas no raso), de bico, uns 500 mts de onde eu estava. Todos corriam para ver o provável presunto ao sal grosso, e eu lá, com a mão estendida e falando: "- Tem de creme?".

- Meeeeu Deus, garoto... você viu?!
- Vi... foi feio... tem de creme?
- Mas você quer sorvete, numa hora dessas?
- ...meu pai deixa!

Depois de ter levado uns cinco minutos para ser atendido e conversar sobre o paralelo vida-morte com o sorveteiro, pedi autorização para meu pai, pois agora, eu também queria ver o acidente de perto.

- Nem a pau! Você fica aqui com sua mãe! ...eu vou!
- Mas eu quero ir também!
- Não!
- Depois eu nem quero mais ir para o mar! Vai, pai!?

E fui. Cheguei só a uns 100 metros do local da queda, porque os bombeiros já estavam fazendo o cerco para ninguém mais se aproximar. Muita gente chorando, pedaços do avião vindo para a areia junto das ondas, uma coisa de filme norte-americano, daqueles que rendem bilhões.

Ok, tudo isso foi só para falar que o que me assustou, foi isso.
Quem me conhece sabe que eu morro de medo dessas coisas.
E naquela época, eu não tinha medo de nada. Ainda. Só chupava.
Ui!

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