quinta-feira, agosto 05, 2004

Coletivo

"No coletivo a lei que manda é a lei do pau: quem tem, esfrega nos outros; quem não tem, vai se dar mal..."

Ok, mais do que certo: eu tenho problemas. Sérios, muito sérios.
Hoje, indo ao trabalho, dei o azar de pegar um ônibus lotado (o que estava na frente quebrou, e umas 40 pessoas a mais entraram pela porta de trás). Fiquei lá, no meio, em pé. Sabe-se lá porque, eu comecei a lembrar de coisas que...er...bem, como dizer...animaram o Koelhinho. Mas animaram bastante mesmo, me lembrei do meu tempo de 15 anos em que a revistinha da Duloren fazia sucesso em casa. Percebí que já estava na frente da Rede Globo (ela que me perverteu!), e que teria que descer logo. Bateu o desespero: como eu ia fazer para perder altitude e poder aterrisar? O manche não respondia bem, quer dizer, ele não estava nem aí pra o que eu comandava à ele. Ouví falar uma vez que dar um aperto no botão vermelho e mover a alavanca para baixo funcionava bem, mas não havia espaço/tempo suficiente. Vidas iriam ser perdidas, com certeza.
Lá vou eu, "caminhando" por dentre as pessoas, pedindo licensa com a maior educação, tomando cuidado com choques involuntários. Eis que chega meu ponto, e ainda havia uma mulher para ser ultrapassada. O ruim de se trabalhar em um lugar como a Berrini, é que as mulheres da região sempre se vestem de roupa social feminina (claro, duh!), e isso me deixa um pouco atordoado. Aquelas calças e saltos altos me deixam atordoado...aquelas (Hey, parou!).
" - Oi, licensa...vai descer no próximo?"
[ela, estonteante, vira a cabeça para trás como naqueles comerciais de shampoo francês ao som de bandas pseudo-punk]
" - Não, quer passar?"
[maldita! pergunte outra coisa!]
" - Errr...sim...! Licensa..."
Foi inevitável. Todos sabem que o lugar mais cheio do ônibus é a porta, e alí estava bem mais cheio que o comum. Encoxada básica involuntária, no volume máximo.O pior de tudo, é que descendo os degraus do ônibus, me sentí mal. Po, eu odeio quando um caiçara qualquer simplesmente pára atrás de mim no ônibus! Se levar uma encoxada então, eu soco! Mas aí, me vem o espanto: ela olha para mim da janela do busão, abre um sorriso do tipo "eu sei que não foi sem querer, seu cara de pau!", e o ônibus se vai.
Viram? Ela não ficou nervosa, ou sentiu-se abusada.
(...)
Eu nunca vou entender as mulheres!

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