domingo, setembro 18, 2005

27 things I wanna do to you

27 things I wanna do to you

Ontem, depois de um bom tempo fugindo, resolvi ir para o Hangar 110. Com muito receio, diga-se de passagem. Aquele lugar já foi bem mais afável prá mim. Antigamente, lembra o caduco, era um lugar bacana para se encontrar os amigos ouvindo uma música legal, tomar uma cervejinha... essas coisas que todo mundo faz (sic). Hoje em dia, a situação é cômica, se não fosse trágica: as pessoas que eu encontro por lá, são no máximo os funcionários da casa. Tudo mudou, e muito! Agora quem aparece por lá é aquele mesmo povo que ouve 89 FM, vê a MTV e lota os shows do Cachorro Grande e do Matanza. Ontem foi show dessa segunda banda aí, que eu tive que ir assistir, pois na Outs (umas 3 semanas atrás), foi impossível sequer ver o palco, de tanta gente que estava lá. O público mudou e a cara do lugar acompanha esse ritmo. Agora conta com portas iguais as de cinema dos anos 60 e uma cortininha brega prá burro que fica "protegendo" o palco antes das bandas tocarem. Parece aquelas cortininhas que sua vó tem no lugar do box no banheiro. Bela escolha de cor também, aquele pink-rosa-avermelhado. As únicas boas mudanças foram a implementação de um som decente e do caixa separado do bar.
Bem, mas voltemos ao título do post. Profético. Estava comentando ontem, que eu e uma amiga minha (Milena, da faculdade), temos a mesma opinião em relação ao Hangar: a cena morreu depois que o Holly Tree foi pros Estados Unidos (e ontem teve show do ex-baixista na banda nova, Wash, que eu não vi pois estava no boteco), e que faz falta "sentir medo de ir pro Hangar". Em alguns shows do passado, era bom entrar e sair sem ser percebido. O clima era quase de guerra, entre punks e skins, lançando uns aos outros olhares ameaçadores e que intimidariam qualquer radicalóide. Lembro que em algumas oportunidades, a vestimenta prá adentrar o lugar contava muito em relação a se você poderia levar umas porradas ou não. Masoquismo a parte, isso era um tempero legal da casa, dava vontade de ter algo prá contar no dia seguinte... hoje isso já não existe mais. Mas como eu disse, eu fui profético. Lá estava eu, com minha camisa titular do Riverdales, e os tags do "27" nas costas. Tranquilo, tomando minha cervejinha e fumando meu habitual cigarro. Do meio do nada, me vem um punk (punk mesmo), bêbado e provavelmente drogado, intimando:

- Que porra é essa na sua camisa? Aqui não é lugar prá você!
- Ah? É? Ah, tá! Entendi! Isso num é do Vírus 27 (banda adorada por alguns punk, skins e oi's), não! É Ri-ver-da-les. Uma banda gringa, estilo Ramones, sabe?
- Ah, bom... porque eu e meu amigo já ia socar você. Nós não gostamos de skinhead.
- Não, sem problemas! Eu também não gosto!
- É... eu era da Vírus (gangue punk de São Paulo), agora sou da Devastação.
N. do K: essa gangue que ele disse que faz parte, matou um cara no Cervejazul, uns 8 meses atrás.

Gelei inteiro. Ele ainda veio com uns papos se eu conhecia fulano e ciclano do Jd. Ângela, Embú, e que ele odiava o povo dessas regiões que não são punks e se vestem como tal. Respondi que não, e por minha sorte, um dos indagados era ele mesmo, ou seja, se eu tivesse dito que conhecia, tava na roça.
Ainda reecontrei um deles no banheiro, minutos antes de arrumarem confusão lá dentro e saírem apanhando dos seguranças do lugar.

Bem... façamos o teste, então:
Eu quero US$ 1 milhão!

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