sexta-feira, julho 22, 2005

Post long e sério. Não tendo paciência, feche

Post long e sério. Não tendo paciência, feche

Hoje eu estava numa daquelas salas de discussão na internet, só dando uma olhada de forma desinteressada no tema "Dependência química". Em certa altura do campeonato, alguns straight-edges entraram na conversa, expondo seus pontos de vista. Eram quatro deles, para ser mais preciso. Como num passe de mágica, começaram a discutir entre si, se a Coca-Cola era algo a ser combatido. "Há cafeína, que causa dependência; há extratos vegetais da folha de coca (cocaína) que causam dependência etc". Ficaram discutindo tanto tempo sobre esse tema, que em dado momento a sala que tinha 36 pessoas ficou muda, apenas apreciando o debate entre eles. Fiquei sem paciência, fechei o chat e fui tocar um pouco. Não sei por que, mas parei para pensar em quão ambígua pode ser a questão sobre o que é nocivo, o que causa dependência, do que é bom ou ruim para o ser humano.
"Nada se cria, tudo se copia", já diria aquele sábio personagem brasileiro, do qual não me lembro o nome. O álcool, a cocaína, a maconha, a nicotina e diversos outros compostos e ingredientes dos chamados "entorpecentes" estão presentes na natureza desde que o mundo é mundo. Podem ser modificadas em laboratórios, mas ainda preservam o composto original e natural. Logo, nada alí é criado, e sim, modificado para um fim ou outro (salvar uma vida - medicina; criar uma nova patente de bebida - indústria). Que podem fazer mal, que alteram a percepção e tiram o ser de seu natural estado de sanidade causando um êxtase induzido artificialmente, isso todos também sabem.
O que me causa espanto, é vislumbrar a idéia de que é o cérebro que organiza e desorganiza tudo isso. Para quem não acha que a Rede Globo é o portal do inferno e assiste ao "Fantástico", já pôde ver alguns quadros onde aquele "especialista em tudo", o doutor Jairo Bauer, comenta sobre o efeito dessas substâncias no cérebro. Em todas as ocasiões, essas substâncias ativam os neuro-transmissores presentes no cérebro, desencadeando diversos efeitos químicos que alteram o estado emocional. Isso pode acarretar em extrema excitação, medo, ira, depressão, entre outros.
"Tá bom, mas, e daí?"
E daí, que um estudo recente comprovou que os mesmos neuro-transmissores têm papel idêntico no que se relaciona a paixão, ao amor. Eles recebem uma carga excessiva de substâncias geradas - essas sim - pelo próprio organismo, podendo causar as mesmas excitações, medos, iras, depressões, angústias e por aí vai.
Sendo sincero, e isso não é, e nem pode ser tão difícil na internet, já que você nem precisa se identificar:
quantas pessoas que vocês conhecem que já perderam dias, anos de suas vidas, em virtude do álcool, cigarro, drogas? Que caíram em depressão profunda pela falta daquilo, que já pensaram até mesmo no suicídio, que já quiseram matar por isso. Sei que muitos já se depararam com uma situação dessa, seja com um amigo ou amiga, seja vendo um caso na televisão, internet, o que fôr.
Agora, vocês mesmos, quantas vezes já viram pessoas assim, por causa de uma paixão, de um amor? Pessoas que sofreram com a falta ou abstinência desse sentimento. Que já pensaram em suicídio. Que já pensaram em matar. Mais, não é?
Não estou defendendo aqui o time azul ou o time vermelho, longe disso. Só expondo o quão ambíguo e nocivo pode ser o próprio ser humano, sem uso algum de substâncias entorpecentes. É interessante como nos preocupamos em taxar o certo e o errado, o bem e o mal, sendo que isso é algo tão natural quanto a palavra mesmo indica. Está no gênesis, dentro de nós e encrustrado no mundo desde o Jardim do Éden.
Tudo que gera prazer, tem duas mãos. O problema é muitas vezes não ter a opção de escolher o caminho certo ou o mais fácil. Todos que caem nesses caminhos, das drogas, do álcool, da paixão, buscam um contentamento individual. Como diz o Nasi: "Esse flerte é um flerte fatal".

Tomara que nunca criem-se chats discutindo sobre se ser feliz é algo nocivo ou não.

ps: post longo e sério propositalmente, pois pretendo passar mais tempo com a minha pequena do que na internet lendo porcarias, como esses meus textos.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial